Como Dobrar Seu Dinheiro – A Regra dos 72

Como Dobrar Seu Dinheiro – As Bases Necessárias

Sei que você já está cansado de procurar pela Internet, como dobrar seu dinheiro, ou como multiplicar seu dinheiro. Todas as pesquisas retornam com um “Q” de enganação e de falsas expecativas.

Mas aqui nesse artigo, quero mostrar como você pode fazer isso de verdade! Sem enganação, sem enrolação e direto ao ponto. Assim, vou dar as fontes de pesquisas, autores e tudo mais que você precisa, para investigar se o que estou propondo é engação ou realidade.

E para isso, vou explicar alguns pontos fundamentais para que você entenda onde investir. Esse artigo está estruturado da seguinte forma:

  • O que são juros compostos e o poder deles.
  • A regra dos 72 que te ajuda a definir em quanto tempo seu dinheiro irá dobrar.
  • Alguns investimentos tradicionais que possuem potencial matemático limitado.
  • E por fim, o único investimento que acredito que realmente pode multiplicar o dinheiro investido: Ações!

Então, vamos lá.

Colocando Os Juros Compostos Para Trabalhar Para Você

Juros compostos são “juros sobre juros” e diferentemente dos juros simples, incidem sobre o montante total (capital inicial mais juros acumulados), e só eles conseguem responder com propriedade como dobrar seu dinheiro em um período de tempo.

Isso cria um efeito “bola de neve”: com o tempo, o montante cresce e os rendimentos aumentam exponencialmente. Aqui no Meia Ficha disponibilizamos uma calculadora de juros compostos para você usar a vontade e fazer as simulações que quiser.

Mas se chegou aqui agora, não te deixarei na mão e explicarei o básico. Imagine R$ 1.000 investidos.

Com juros simples de 10% a.a. (ao ano), os R$1.000,00 investidos, gerariam R$ 100,00 anuais. Em 10 anos, você teria alcançado R$ 2.000,00. Ou seja, com juros simples de 10% a.a. você leva 10 anos para dobrar o seu dinheiro. Imagino que você esteja procurando algo um pouco mais rápido rsssss!

Com juros compostos, R$1.000,00 investidos no 1º ano, gerariam os mesmos R$ 100,00. Mas a partir do 2º ano, 10% sobre R$ 1.100,00 (R$ 1.000,00 investidos + os R$ 110,00 capitalizados no período anterior). No 3º ano, os juros compostos serão calculados sobre R$ 1.210,00, e assim por diante. A diferença é brutal no longo prazo. Veja abaixo a simulação com a nossa calculadora.

A Mágica dos Juros Compostos Dobrando Seu Dinheiro

Com juros compostos você dobraria seu investimento inicial (sem aportes) entre 7 e 8 anos. Olha a diferença comparado aos juros simples.

Não está convencido ainda? Afinal caiu apenas de 10 anos para 8 anos. Então vejamos a lenda do jogo de xadrez.

Conforme mencionado no livro “O Homem que Calculava” de Malba Tahan, o sábio Lahur Sessa foi desafiado pelo rei indiano Iadava, a criar um jogo novo que pudesse simular guerras. O rei ofereceu a recompensa que Sessa desejasse.

Sessa então apresentou ao rei Iadava, o jogo de xadrez. E o que Sessa pediu de recompensa? Um grão de ou arroz na primeira casa do tabuleiro, dois na segunda, quatro na terceira, sempre dobrando a cada nova casa, até a 64ª casa.

O rei riu da simplicidade de Sessa, e mandou que alguém o pagasse pelo novo e explêndido jogo. Ao calcularem, tomaram um susto! O rei devia agora a Sessa, 18 sextilhões de grãos de arroz, mil vezes mais que os grãos de areia, de mil planetas Terra. Imagina só se o rei tivesse perguntado, como dobrar meu dinheiro em 3 anos! rsssssss

Isso nos mostra a potência dos juros compostos na prática. Agora vamos entender, como podemos calcular o prazo necessário para ver o nosso dinheiro dobrar.

A Regra dos 72 – Como Entender e Usar

Podemos saber em quanto tempo conseguiremos dobrar o nosso dinheiro, usando a Regra dos 72.

E é uma fórmula que assusta gigantescamente, por sua simplicidade. Para saber quanto tempo demorará para o seu dinheiro dobrar, basta pegar o número 72 e dividir pela taxa de juros acordada pelo período.

Por exemplo, se você conseguiu uma taxa de juros de 10% a.a. em algum investimento, você levará 7,2 anos para dobrar o valor investido. Pois, aplicando a fórmula:

Regra dos 72

Tempo Necessário = 72 / i, onde i é a taxa de juros acordada.

Ou seja, para 10% a.a.

Tempo Necessário = 72 / 10 = 7,2 anos

Vejamos mais alguns exemplos:

  • 15% a.a. = 72 / 15 = 4,8 anos
  • 20% a.a. = 3,6 anos
  • 25% a.a. = 2,88 anos

Agora preciso te contar um segredo. Dificilmente, nós investidores conseguiremos uma taxa de retorno real, de 15%, 20% ou 25%. Mas estou me referindo aos investimentos tradicionais, “menos arriscados”, por exemplo: Tesouro Selic, CDBs, LCIs, LCAs, etc.

Vejamos o porquê!

Investimentos Com Potencial Limitado De Dobrar Seu Dinheiro

Temos no cenário dos investimentos, classes de investimentos, tidas como mais seguras (essa é a opinião do mercado sobre o tema). Vou apresentar algumas e no final faço um comentário sobre o potencial que elas tem.

  • Tesouro Selic: O “porto seguro” da renda fixa, atrelado à taxa Selic. Baixo risco, ideal para reserva de emergência pela alta liquidez.
  • Tesouro Prefixado: Taxa de rentabilidade “travada” na compra. Potencial de retorno superior ao Tesouro Selic (especialmente com queda de juros), mas maior risco de mercado se vendido antes do prazo (marcação a mercado) e quando os juros sobem.
  • Fundos Imobiliários (FIIs): Permitem investir em cotas de grandes empreendimentos imobiliários, recebendo rendimentos mensais de aluguéis e potencial valorização das cotas. IFIX é o índice de referência. Foco em renda passiva.
  • S&P 500 (em reais): Índice das 500 maiores empresas dos EUA. Investir (via ETFs ou BDRs) permite diversificação internacional. Rentabilidade impactada pela variação cambial. Lembrando que quando você compra um ETF ou BDR, não está se tornando sócio da empresa!
  • Criptomoedas: Altíssimo potencial de retorno, com risco e volatilidade elevados. Ativos especulativos, deve ocupar pequena parcela da carteira, alinhado ao perfil de risco.
  • Ouro: Reserva de valor tradicional, proteção contra inflação e crises.

Vejamos por que são limitados.

Nas modalidades de Renda Fixa, seja Tesouro Direto, CDB, LCI, LCA, etc, quem empresta o dinheiro (você) para alguém (governo ou instutições privadas) recebe uma taxa de juros pré acordada para isso.

Essa taxa de juros pode ser referenciada (pós fixada) em algum índice ou pré-fixada. De qualquer forma, você tem “ideia” de quanto vai ganhar. Mas essa taxa não possui potencial de ser alterada grandemente (de forma real) no percurso, mesmo com pós fixada (no geral só aumenta de forma nominal).

FIIs e outros similares em imóveis, não possuem a capacidade de multiplicação exponencial, pois: algum FII, pode aumentar de tamanho sem novos aportes? Algum imóvel pode revolucionar algum meio produtivo? A resposta para essas perguntas, é um sonoro NÃO!

S&P 500? Você está comprando índice! Isso não é ativo real. Criptomoedas, menos ainda. Qual a função de uma criptomoeda? Ser trocada por dinheiro de verdade.

Ouro? Onde você vai guardar? Como ele pode dobrar de quantidade?

Viu só, os investimentos tradicionais acima, possuem seu uso, não vou negar. Mas nenhum deles é multiplicativo exponencial real.

A Anbima, coloca como premissa, que antes de orientar qualquer pessoa sobre os possíveis investimentos que ela pode fazer, que o analista faça o que é chamado de API (Análise de Perfil do Investidor). Por que? Porque investir em ações, infelizmente não é para todos. Ainda!

Cada classe de investimentos possui seu risco, e por isso os investidores devem ser avisados e orientados. Mas eu afirmo, que cada classe de ativos possui suas recompensas também, mediante o risco que tomamos. Vejamos as ações.

Somente Ações Podem Dobrar Seu Dinheiro Com Regularidade

Ações possuem um potencial de “convexidade”, conceito defendido por Nassim Nicholas Taleb. A convexidade, segundo Taleb, sugere que em investimentos como ações, o ganho potencial pode superar a perda, limitada ao valor investido.

O máximo que você pode perder ao comprar uma ação, é aquilo que você estava disposto a colocar nela. Ou seja, se você colocou R$ 1.000,00 em uma ação, pode perder esses R$ 1.000,00 no máximo.

Se colocou R$ 100.000,00, R$ 1.000.000,00 ou R$ 10.000.000,00, só pode perder isso. Mas e quanto você pode ganhar? Ninguém consegue afirmar.

Aí que mora o medo dos investidores (e eu até entendo), de que investir em ações é “mais arriscado” que emprestar dinheiro “ao governo”. Eu já escrevi que não, que Tesouro Direto só Serve Para Caixa, e que é justamente esse o investimento que mais corrói o nosso poder de compra!

Ao investir em ações, você se torna sócio dessas empresas, participando de seus resultados e crescimento. A longo prazo, o preço das ações tende a refletir essa geração de valor.

Estudos mostram uma relação de longo prazo entre lucros empresariais e retorno das ações. Empresas criam valor para acionistas ao gerar retornos acima do custo de capital.

Assim, dobrar o seu dinheiro investindo em ações não é uma caça a ganhos rápidos. É um convite para entender que o mercado de ações pode favorecer conceitos como “antifragilidade” e “convexidade” de Taleb.

Empresas que se fortalecem com incertezas (antifrágeis) e com potencial de ganho superior à perda (convexas) multiplicam capital expressivamente.

Esse crescimento não é linear e envolve riscos. Mas empresas inovadoras frequentemente exibem antifragilidade e oferecem retornos convexos: perda limitada ao investimento, potencial de alta múltiplo.

O “segredo” está em identificar e investir nessas empresas, o que vai além de analisar lucros passados, exigindo entender sua capacidade de prosperar na incerteza.

Mais do que isso, ao contrário de FIIs, CBDs, LCIs, LCAs e TDs, o valor das ações deriva da capacidade das empresas de ter “pessoas inteligentes e capazes de gerar novos produtos ou encontrar economias”. Adam Smith, já nos disse a há mais de 235 anos: o padrão de vida (riqueza) vem do aumento da produtividade.

Não cheguei nessas conclusões do nada. São aí quase 10 anos consumindo livros de verdade! Já conversei horas com Adam Smith, Rothbard, Mises, Charlie Munger, Warren Buffett, Décio Bazin, Luiz Barsi e muitos outros, na minha imaginação rsssss.

Investir em ações não é para todo mundo, isso é fato! Escolher quais ações investir e os motivos pelos quais investir, também não são fáceis. Mas ao contrário de outras gerações de investidores, nunca foi tão fácil encontrar informações de qualidade.

E o único investimento que acredito realmente ser multiplicativo de valor real, são as ações. Pois por trás das ações, existem pessoas com capacidade criativa!

Vejamos um exemplo do efeito multiplicativo exponencial real (sem citar qual a ação). Observe o gráfico de cotações a seguir:

Capacidade Multiplicativa Real da Ações

Se você tivesse comprado 1 ação somente, dessa companhia em 05/02/2016, teria pago R$ 3,92 (ajustado pelos dividendos pagos, mas não importa agora).

Essa mesma ação de R$ 3,92 valeria hoje (13/06/2025) R$ 21,42 (isso porque o mercado está judiando dela nesse momento). Ou seja 446% de valorização! Não está convencido ainda? Seriam aproxidamente 18,50% a.a. de retorno (arrendondei para 10 anos).

Desafio qualquer um encontrar uma taxa de retorno dessas para 10 anos, nos investimentos tidos como “seguros”! Isso só ocorre na convexidade das ações e a longo prazo.

Se você ficou comigo até aqui, tenho certeza de que aprendeu muito. Está no caminho certo! Então tomo a liberdade de te indicar o artigo “O que é uma ação” para você entender mais sobre essa classe de ativos. Na sequência leia, “Filosofia de Investimento em valor”.

Esses dois artigos serão suficientes para despertar o Warren Buffett que existe dentro de você!

Se está gostando dos artigos, nos dê uma chance no YouTube também. Lá você encontra material complementar a esses aqui. O link está abaixo.

Forte abraço, Prof. Arlei.

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